O julgamento está ocorrendo no âmbito da Primeira Turma do Supremo, em um ambiente virtual, e Moraes, atuando como relator do caso, foi o primeiro a apresentar seu voto. Os outros ministros, incluindo Cristiano Zanin, Flávio Dino e Cármen Lúcia, têm até o dia 14 de novembro para se manifestar sobre a questão.
As acusações que pesam sobre Tagliaferro são graves, com denúncias apresentadas pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. Ele é acusado de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigações vinculadas a organizações criminosas e até tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O cerne das alegações é que Tagliaferro, enquanto assessor-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, teria repassado à imprensa conversas privadas que manteve com outros funcionários dos tribunais.
Esse vazamento gerou polêmica sobre a validade das decisões tomadas por Moraes em investigações relacionadas a ataques dirigidos ao Supremo. No entanto, o gabinete do ministro refutou as alegações de irregularidade, sendo amparado pelos demais membros da Corte.
Para o procurador-geral, as ações de Tagliaferro foram motivadas por “intenções pessoais”, visando deslegitimar o processo eleitoral e favorecer a propagação de desinformação. Ele enfatizou que os atos do ex-assessor estavam alinhados com os interesses de uma milícia digital que deveria ser combatida.
Currentemente, Tagliaferro reside na Itália e afirma que é alvo de perseguições por parte de Moraes, alegando ter informações sobre irregularidades nas decisões do ministro. O Brasil, em resposta a essa situação, solicitou a extradição de Tagliaferro à Itália, e uma audiência sobre essa questão está marcada para o dia 17 de dezembro. A continuidade desse caso poderá impactar não apenas a reputação dos envolvidos, mas também a confiança nas instituições judiciárias do país.









