Desde setembro, Ramagem reside em Miami, Estados Unidos, utilizando sua fuga como estratégia para evitar o cumprimento da pena. O ministro Moraes já havia determinado anteriormente que o deputado não poderia deixar o país e que deveria entregar todos os seus passaportes, tanto nacionais quanto internacionais. No entanto, ele conseguiu sair do Brasil sem que isso fosse comunicado oficialmente à Câmara dos Deputados, que se mostra surpresa com a situação, uma vez que não autorizou qualquer viagem oficial de Ramagem ao exterior.
A Câmara também destacou que o deputado apresentou atestados médicos para justificar sua ausência, abrangendo períodos específicos entre setembro e dezembro, mas isso não anula a preocupação com o descumprimento das determinações judiciais. Agora, a secretaria judiciária do STF deverá encaminhar ao Ministério da Justiça os documentos necessários para a formalização da extradição, que também devem ser traduzidos para o inglês, conforme a exigência legal.
Outra questão em tela é o procedimento de cassação do mandato de Ramagem, que, em decorrência de sua condenação, deve ser declarado sem efeito pela Câmara. Até o momento, a Mesa Diretora não cumpriu essa determinação do STF. No entanto, há expectativas de que a Casa vote sobre essa questão antes do recesso parlamentar de fim de ano, o que poderá acelerar a operação de retirada de Ramagem do cenário político brasileiro, considerando sua já citada condenação e a natureza das acusações que recaem sobre ele.
Com este cenário, o Brasil se vê novamente no centro de debates sobre justiça, política e as implicações das ações de seus representantes, refletindo um momento de tensão entre as instituições e a a busca pela responsabilização de figuras públicas.










