JUSTIÇA – STF retoma julgamento que pode condenar Jair Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe nas eleições de 2022, com penas superiores a 30 anos de prisão.

Na última quarta-feira, 3 de outubro, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deu sequência ao julgamento que pode resultar na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete de seus aliados. Este caso, que investiga uma suposta trama golpista, é um dos mais significativos a emergir após as eleições de 2022 e está no centro de uma denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A sessão de julgamento teve início às 9h17 e está prevista para se estender ao longo de várias datas, incluindo os dias 9, 10 e 12 de outubro, com um total de oito sessões programadas para a análise do processo.

Durante a continuidade dos trabalhos, os advogados de defesa de Bolsonaro, do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno, do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e do general Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice na chapa de 2022, farão suas sustentações orais. A expectativa em torno do desfecho desse caso é alta, visto que a votação que pode culminar na condenação ou absolvição dos réus só deve iniciar em sessões futuras. As penas podem ser severas, com a possibilidade de ultrapassarem 30 anos de prisão.

O primeiro dia do julgamento teve uma dinâmica intensa, com a leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes, que traçou um panorama geral do processo desde as investigações iniciais até as alegações finais. Moraes também se posicionou firmemente em defesa da soberania nacional e da independência do Judiciário, ressaltando que o STF não cederá a pressões externas ou internas durante o julgamento.

Na parte da tarde, foram ouvidos quatro dos advogados dos réus, que apresentaram suas defesas. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou a gravidade das ações dos acusados, enfatizando a necessidade de justiça e a condenação dos réus. O clima no tribunal foi de tensão, refletindo a importância do caso para a política brasileira e as repercussões que uma decisão pode ter sobre a democracia no país.

Os réus incluem figuras de destaque da administração de Bolsonaro, como o ex-ministro Anderson Torres e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier. Cada um deles carrega não apenas o peso da acusação, mas também a expectativa de suas respectivas defesas, que buscam a absolvição em um momento tão crítico para a história política do Brasil.

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