Até o momento, o placar do julgamento se encontra em 2 a 1 a favor da condenação de Bolsonaro. Os votos favoráveis partiram dos ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, e Flávio Dino, que se manifestaram no último dia 9. Em contrapartida, Luiz Fux, que se alongou por treze horas em seu voto, optou pela absolvição do ex-presidente, embora tenha considerado culpados outros dois réus da trama: o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator, e o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e vice na chapa da eleição de 2022.
A expectativa para a retomada do julgamento gira em torno do voto da ministra Cármen Lúcia. Analistas e observadores do cenário político confiam que ela penderá pela condenação, tendo em vista suas críticas contundentes em manifestações anteriores, especialmente no recebimento da denúncia em março, quando expressou seu descontentamento com os eventos que cercaram a trama golpista.
Os réus enfrentam sérias acusações, incluindo organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e deterioração de patrimônio público. Os crimes são especialmente graves, dado o contexto em que se deram, ou seja, os tumultos de 8 de janeiro de 2023. Exceção é feita ao caso de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que hoje é deputado federal. Ele teve parte das acusações suspensas, conforme previsto na Constituição, em razão de sua atual condição.
Com o horizonte se aproximando de uma possível maioria pela condenação, o desfecho desse julgamento pode ter repercussões profundas na política brasileira e na legitimidade da luta contra ações consideradas antidemocráticas. O desdobramento do caso permanece em foco, e a sociedade aguarda ansiosamente por uma solução que poderá moldar o futuro político do país.