JUSTIÇA –

STF rejeita último recurso de Bolsonaro e avança para definição de cumprimento da pena de 27 anos por crimes contra a democracia

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manifestou seu voto nesta sexta-feira (7) pela rejeição de um último recurso apresentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, referente à sua condenação a 27 anos e três meses de prisão por crimes contra a democracia. Este voto é um marco importante, não apenas para o caso de Bolsonaro, mas também para o grupo de seis co-réus a ele ligados, que estão inseridos no que a Procuradoria-Geral da República (PGR) classifica como o “núcleo crucial” da tentativa de golpismo.

Ao proferir seu voto, Moraes rejeitou todos os recursos apresentados pelos réus, incluídos na essência da trama que visa desestabilizar a ordem democrática no Brasil. O julgamento dos embargos de declaração, segundo a legislação, serve para esclarecer contradições ou omissões no texto de condenação, mas, mesmo que aceita, essa modalidade de apelo não altera a condenação em si.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, em sua defesa, argumentou que não houve contradições significativas na condenação e pediu a reavaliação da pena, sustentando que havia desistido de um golpe, alegação que, segundo Moraes, não se sustenta diante das provas apresentadas durante o processo. O ministro ressaltou que não houve desistência voluntária por parte de Bolsonaro e que a condenação se baseou em evidências robustas das ações do ex-presidente.

Caso a decisão da Primeira Turma do STF seja confirmada, a prisão de Bolsonaro e dos demais réus poderá ser decretada nos próximos dias. A legislação brasileira indica que, devido à gravidade da pena imposta, Bolsonaro deverá cumprir sua sanção em um regime fechado, possivelmente em uma unidade prisional de segurança máxima.

Sua situação pode ainda permitir alternativas, como o cumprimento da pena em uma sala especial para ex-presidentes ou até mesmo em prisão domiciliar, caso haja justificativas humanitárias. Isso poderia ocorrer em circunstâncias semelhantes às que levaram à concessão de prisão domiciliar a Fernando Collor, em razão de sua saúde.

Enquanto isso, Bolsonaro permanece sob prisão domiciliar em decorrência de outro inquérito no qual é investigado por suposta tentativa de coação ao STF. O clima tenso em torno do cenário político e das consequências das ações do ex-presidente continua a repercutir em várias esferas da sociedade brasileira.

As condenações de Bolsonaro e de outros membros de seu governo refletem um momento crucial na política nacional, com implicações que se estendem para além da esfera judiciária, influenciando a percepção pública sobre a continuidade da democracia e do estado de direito no Brasil.

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