Segundo a defesa do ex-presidente, Alexandre de Moraes seria parte interessada nas investigações, o que configurava um impedimento ético para sua atuação no caso. No entanto, o voto do relator Barroso, seguido por outros ministros como Flávio Dino, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Nunes Marques, prevaleceu no julgamento virtual.
Barroso destacou que no caso em questão, o ministro Moraes não seria uma vítima direta dos delitos em apuração, uma vez que os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e de tentativa de golpe de estado têm como sujeito passivo toda a coletividade, e não uma vítima individualizada.
O ministro André Mendonça foi o único a votar a favor do impedimento de Moraes. Para Mendonça, o ministro estaria na posição de vítima e não poderia continuar na relatoria do inquérito.
Recentemente, Bolsonaro e mais 36 aliados foram indiciados pela Polícia Federal pela tentativa de golpe. As investigações apontaram que Bolsonaro tinha conhecimento do plano para assassinar tanto Alexandre de Moraes quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Com a decisão unânime do STF, fica mantida a atuação de Alexandre de Moraes como relator do inquérito do golpe, trazendo mais um capítulo para a complexa relação entre o ex-presidente Bolsonaro e os ministros da Suprema Corte.