JUSTIÇA – STF Refuta Críticas e Reafirma Judicialização de Conteúdos Ilegais nas Redes Sociais durante Análise do Marco Civil da Internet

Na última quarta-feira, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, abordou o tema da responsabilidade das redes sociais em relação a conteúdos ilegais compartilhados por usuários. Durante a sessão que revisita a constitucionalidade do Marco Civil da Internet, Barroso rejeitou a crítica de que a Corte estaria extrapolando suas funções legislativas ao analisar casos envolvendo plataformas digitais.

O ministro ressaltou que a Corte não busca invadir a competência do Congresso Nacional, mas sim resolver conflitos específicos que estão sob sua jurisdição. Segundo Barroso, a discussão deve ser focada na análise de casos concretos que envolvem litígios judiciais e não em uma suposta censura por parte dos ministros do STF. Ele esclareceu: “Os critérios adotados pelo tribunal para decidir os casos trazidos perante ele só prevalecerão até que o Congresso Nacional legisle, se e quando entender que deve legislar a respeito.”

Sobre a defasagem entre o legislativo e a justiça em questões de internet, Barroso reafirmou que, uma vez que o Congresso estabeleça novas normas, será sua vontade que prevalecerá, desde que esteja em conformidade com a Constituição.

No entanto, o ministro não deixou de criticar a polarização política que permeia as discussões sobre a responsabilização das redes sociais. Ele afirmou que essa divisão dificulta a construção de um consenso sobre questões essenciais, como a proibição de conteúdos prejudiciais, incluindo pornografia infantil, terrorismo e tráfico de drogas. “Independentemente de sua orientação política — seja liberal, conservador ou progressista —, devemos estar unidos em torno do que é de senso comum”, enfatizou Barroso.

Atualmente, o STF está analisando a constitucionalidade do Artigo 19 do Marco Civil da Internet, que define os direitos e deveres do uso da internet no Brasil. Este artigo estabelece que as plataformas digitais só podem ser responsabilizadas por postagens de usuários se, após a ordem judicial, não tomarem a ação necessária para remover o conteúdo. Enquanto isso, o ministro André Mendonça está proferindo seu voto, e o tribunal ainda aguarda as manifestações de outros sete ministros sobre este tema crucial.

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