JUSTIÇA – STF Realiza Acareação entre Réus de Trama Golpista, Acusando Delacões e Negando Contatos Diretos com Ações Contra o Estado Democrático de Direito.

Nesta quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) promove uma acareação entre dois importantes personagens envolvidos nas investigações sobre a tentativa de golpe que almejava manter Jair Bolsonaro na presidência. Os réus, tenente-coronel Mauro Cid e coronel Marcelo Costa Câmara, se encontram sob o olhar atento da Justiça em um desdobramento que pode esclarecer os contornos dessa trama criminosa.

A acareação foi solicitada pela defesa de Câmara, que alega que Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e agora delator, teria feito declarações mentirosas sobre sua participação nas atividades golpistas. A versão de Cid envolve a acusação de que Câmara estaria ligado a encontros no Palácio do Alvorada, onde se discutiam estratégias golpistas, algo que a defesa deste nega enfaticamente. Câmara, por sua vez, rejeita a afirmação de que promoveu monitoramento contínuo de Alexandre de Moraes, relator das ações penais.

Para assegurar a realização da acareação, o ministro Moraes determinou que Câmara seja transferido, sob rigoroso monitoramento eletrônico, do Complexo Penitenciário da Papuda para o local onde a acareação ocorrerá. A medida inclui restrições rigorosas, como a proibição de qualquer comunicação do coronel com pessoas fora de seu advogado, reforçando a seriedade do processo.

Cabe destacar que as acareações anteriores tiveram regras semelhantes: não foram permitidas gravações em áudio ou vídeo, com apenas relatos formais documentados em ata. Essa política de restrição tem a intenção de preservar a integridade do que é discutido durante os depoimentos, livres também da exposição pública que poderia influenciar a percepção social sobre os envolvidos.

O núcleo ao qual Marcelo Câmara pertence, designado como núcleo 2 da investigação, é acusado pela Procuradoria-Geral da República de operar ações gerenciais focadas em criar minutas golpistas e coordenar operações contra adversários políticos. Os réus do núcleo 2 incluem figuras como Filipe Martins, ex-assessor em questões internacionais, e Mário Fernandes, general do Exército, além de outras personalidades ligadas à segurança pública do Distrito Federal, todas implicadas em um esquema que contemplaria diversos crimes, entre eles organização criminosa e tentativa violenta de desmantelar o Estado Democrático de Direito.

Esse cenário sintetiza um dos momentos mais delicados da política brasileira recente, revelando a complexidade e a gravidade das acusações envolvidas. A expectativa em torno da acareação é alta, sendo aguardada com fervor pela sociedade e pela mídia, que tentam entender os meandros dessa tentativa de golpismo que ameaçou a estabilidade democrática do país.

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