O julgamento foi interrompido e está agendado para ser retomado na próxima terça-feira, quando o relator, ministro Alexandre de Moraes, deve apresentar seu voto, seguido pelos demais integrantes da Turma, que inclui os ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino e Cármen Lúcia. A acusação também teve seu momento, com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacando a gravidade do plano que incluía a vigilância e até a possibilidade de assassinato de autoridades, apontando as “intenções homicidas” do grupo.
Durante a sessão, a defesa do tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo argumentou que as investigações foram mal conduzidas, não identificando a ausência de vínculos com o golpe. O advogado, Jeffrey Chiquini, defendeu que a única relação do seu cliente com o caso foi uma coincidência relacionada ao uso de um celular funcional, que foi erroneamente associado à operação golpista.
Além de Azevedo, as defesas dos tenente-coronéis Ronald Ferreira de Araújo Júnior e Sérgio Cavallieri de Medeiros também sustentaram a inocência de seus clientes, alegando falta de provas concretas que os ligassem a ações golpistas. A defesa de Araújo de fato contestou uma mensagem que ele teria encaminhado, argumentando que o réu não concordava com o teor da mesma. Já a defesa de Medeiros ponderou que mensagens que continham conteúdo golpista no celular do militar não deveriam ser suficientes para fundamentar uma condenação.
Por fim, a defesa do policial federal Wladimir Matos Soares assinalou a fragilidade da prova apresentada contra seu cliente, que foi acusado de vazar informações durante a transição de governo. Segundo seu advogado, não havia nenhum vínculo direto entre Soares e os demais réus.
Vale lembrar que o STF já condenou 15 outros réus envolvidos na trama golpista, divididos em diferentes núcleos, sendo que julgamentos adicionais estão programados para as próximas datas. Com isso, a atenção do público se volta novamente para o desenrolar desse caso, que repercute na política e na segurança pública do país.
