JUSTIÇA – STF nega pedido de Braga Netto e mantém transmissão ao vivo de interrogatórios da trama golpista; depoimentos começam nesta segunda-feira.

O ministro Alexandre de Moraes, membro do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou a solicitação da defesa do general Walter Braga Netto, que pedia a suspensão da transmissão ao vivo dos interrogatórios dos acusados envolvidos em uma suposta trama golpista. A decisão foi anunciada na última sexta-feira e os depoimentos estão agendados para o início desta semana, especificamente na segunda-feira, às 14h.

Braga Netto, que é um dos oito réus cujos interrogatórios serão realizados, está sob a batuta de Moraes, que atua como relator da ação penal que investiga o Núcleo 1 da referida trama. A defesa alegou que a transmissão dos depoimentos significaria uma superexposição indevida dos acusados, o que, segundo eles, violaria seus direitos.

Entretanto, após analisar os argumentos apresentados pela defesa, Moraes argumentou que não foram apresentados dados concretos que demonstrassem um “efetivo prejuízo” resultante da publicização do interrogatório de Braga Netto. O magistrado destacou que, caso a defesa consiga identificar elementos substanciais que justifiquem a necessidade de sigilo da audiência, uma nova avaliação poderá ser feita.

Os depoimentos ocorrerão de forma presencial na sala da Primeira Turma do STF, enquanto o general, atualmente na reserva e que ocupou a posição de vice na chapa de Jair Bolsonaro durante as eleições de 2022, prestará seu depoimento por videoconferência. Braga Netto está preso desde dezembro do ano passado, sendo acusado de obstruir a investigação sobre a tentava de golpe de Estado e de tentar obter informações dos depoimentos do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.

De 9 a 13 de outubro, Moraes interrogará não apenas o general Braga Netto, mas também o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros seis réus, todos implicados no que é considerado o “núcleo crucial” da tentativa de impedir a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após os resultados das eleições de 2022. A série de interrogatórios, portanto, promete atrair amplo interesse do público e da mídia, uma vez que envolve figuras importantes da política brasileira contemporânea e as repercussões legais de suas ações.

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