JUSTIÇA – STF Mantém Votação Contra Marco Temporal de Terras Indígenas e Plenário Aponta 3 a 0 pela Inconstitucionalidade na Análise do Tema.

O Supremo Tribunal Federal (STF) Analisa a Inconstitucionalidade do Marco Temporal para Demarcação de Terras Indígenas

O debate em torno da demarcação de terras indígenas no Brasil voltou a ganhar destaque com a confirmação de mais um voto pela inconstitucionalidade do marco temporal por parte do Supremo Tribunal Federal (STF). O julgamento está em andamento em uma sessão virtual da Corte, com a participação ativa dos ministros, e atualmente apresenta um placar de 3 votos a 0 contra a restrição que estabelece o marco temporal.

Entre os votos já proferidos, destacam-se os do ministro Gilmar Mendes, que atua como relator do caso, e do ministro Flávio Dino, ambos manifestando apoio à tese que contesta a validade desse marco. O ministro Cristiano Zanin, em seu voto, reforçou a ideia de que o marco temporal fere os direitos dos povos indígenas e, assim, a discussão avança em um clima de expectativa entre os diversos setores da sociedade.

A votação, que se iniciou recentemente, permanecerá aberta até a próxima quinta-feira, 18 de outubro, às 23h59, e ainda faltam sete votos para que o julgamento seja concluído. Este tema já havia sido analisado anteriormente pelo STF, que já se pronunciou em 2023, considerando o marco temporal inconstitucional. No entanto, a questão ressurgiu diante de novos desafios legais e políticos.

Adicionalmente, a proposição de emenda à Lei 14.701/2023, aprovada pelo Congresso, que tentava validar o marco temporal, foi vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Contudo, os membros do Congresso quickmente derrubaram o veto, reafirmando a tese que estabelece que os indígenas possuem direitos sobre as terras que ocupavam até 5 de outubro de 1988, data em que a Constituição Federal foi promulgada, ou sobre aquelas que estavam em litígio judicial na época.

Essa reviravolta legislativa gerou fortes reações, com partidos políticos como PL, PP e Republicanos apresentando ações no STF para assegurar a validade do projeto que reconhece o marco temporal. Em contrapartida, entidades representativas dos povos indígenas e partidos alinhados com o governo também recorreram ao STF para contestar a constituição da tese, evidenciando um clima de conflito entre os direitos dos indígenas e o arcabouço legislativo em jogo.

Paralelamente, o Senado, em uma movimentação que pode impactar ainda mais essa questão, aprovou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca inserir a tese do marco temporal na Carta Magna, mostrando que o tema continua a ser foco de intensos debates e implicações futuras para a demarcação das terras indígenas no Brasil. A conjuntura é complexa e os desdobramentos desse julgamento no STF certamente impactarão as políticas de terras no país nos próximos anos.

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