A defesa de Zambelli, ciente da posição desfavorável, solicitou a suspensão da ação penal, alegando que a liderança de seu partido, o PL, também pediu à Câmara dos Deputados que paralisasse o processo. A argumentação apresentada é similar àquela que levou ao trancamento parcial de uma ação relacionada à tentativa de golpe contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ).
A Constituição Federal prevê a possibilidade de suspensão de processos contra parlamentares, conforme estabelecido no artigo 53, permitindo que Câmara e Senado suspendam ações penais, desde que os crimes tenham ocorrido após a diplomação do deputado ou senador. Entretanto, Moraes enfatizou que as acusações contra Zambelli se deram antes da diplomação de seu atual mandato, que ocorreu em dezembro de 2022, e que as movimentações para a invasão do CNJ começaram em agosto de 2022.
Em sua decisão, o ministro destacou que não há respaldo legal para a suspensão da ação no caso específico da deputada. Ele afirmou que “não existe qualquer pronunciamento da Câmara dos Deputados e nenhum dos requisitos constitucionais para a aplicação do artigo mencionado está presente”.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli foi a mente por trás da invasão, que visava a emissão de um mandato de prisão falso contra o próprio ministro Moraes. O hacker Walter Delgatti, que executou a invasão, corroborou as investigações, afirmando ter atuado sob ordem da deputada. Em contrapartida, a defesa de Zambelli nega as acusações e parte de uma retórica que atribui a mentira ao hacker, criando um embate jurídico que promete longa continuidade nos tribunais.
À medida que o processo avança, fica claro que a situação de Carla Zambelli se torna cada vez mais crítica, com possíveis repercussões significativas tanto no ambiente legislativo como no judiciário. A tensão que envolve o caso reflete as complexas dinâmicas de poder e a luta de narrativas em um cenário político já polarizado.