A decisão foi tomada após a análise da ordem de prisão em uma sessão virtual de julgamentos de 24 horas que teve início nas primeiras horas da manhã. O ministro Moraes destacou “fortes indícios de materialidade e autoria” do planejamento do assassinato pelos três presos, além de manobras para encobrir a autoria do crime e interferir nas investigações.
O único ministro a apresentar um voto por escrito foi Flávio Dino, que justificou as prisões preventivas diante de um “ecossistema criminoso” que teria sido montado dentro do Poder Público para encobrir a autoria do crime. A Procuradoria-Geral da República também se pronunciou, afirmando que se os suspeitos permanecessem em liberdade, continuariam obstruindo as investigações com o poder econômico e contatos com redes ilícitas.
Os três envolvidos, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, foram detidos durante a Operação Murder Inc e levados pela Polícia Federal para Brasília. Chiquinho Brazão, que é deputado federal, terá sua prisão avaliada pelo plenário da Câmara dos Deputados.
A motivação do crime, segundo investigações da PF, envolve a disputa pela regularização de territórios no Rio de Janeiro. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou em coletiva de imprensa que as investigações identificaram os mandantes, executores e intermediários dos crimes.
Os acusados negam qualquer envolvimento nos assassinatos. O advogado de Domingos Brazão afirmou que seu cliente é inocente e não possui relação com Marielle. A defesa de Rivaldo Barbosa ainda não se pronunciou, e a de Chiquinho Brazão não respondeu aos pedidos de comentário. O deputado Chiquinho Brazão, após ser apontado como mandante do crime, divulgou uma nota negando as acusações.