JUSTIÇA – STF mantém decisão e torna Sérgio Moro réu por calúnia contra Gilmar Mendes, com votação virtual prevista para conclusão na próxima sexta-feira.

Na última segunda-feira, o ministro Cristiano Zanin, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), votou a favor da manutenção da decisão da Primeira Turma que transformou o senador Sérgio Moro (União-PR) em réu por calúnia contra o ministro Gilmar Mendes. Com o voto de Zanin, a votação avança para um placar de 4 a 0, em rejeição ao recurso apresentado pela defesa do senador. O aguardado voto do ministro Luiz Fux ainda está pendente, e o julgamento deverá ser finalizado virtualmente até a próxima sexta-feira.

A decisão ocorre em um contexto conturbado, onde as declarações de Moro, proferidas em um vídeo durante uma festa junina no ano passado, provocaram a denúncia pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Na gravação, o ex-juiz da Operação Lava Jato insinuou que houve um esquema de corrupção, referindo-se ironicamente à possibilidade de “comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes”. Essa declaração, considerada grave, gerou polêmica e levou ao desdobramento judicial.

Antes do voto de Zanin, já havia um consenso entre a ministra Cármen Lúcia e os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que também votaram pela continuidade da acusação. A apresentação da defesa, por meio do advogado Luiz Felipe Cunha, argumentou que Moro se retratou publicamente e que sua fala foi uma “expressão infeliz”. Ele sustentou que a declaração foi feita em um contexto leve e bem-humorado, típico de uma comemoração junina, e não deveria ser interpretada como uma acusação séria.

Cunha enfatizou que o ambiente da festa contribuiu para o tom jocoso da afirmação, sugerindo que havia um entendimento errado sobre as intenções de Moro. A estratégia da defesa será fundamental para o desfecho desse caso, que já atraiu ampla atenção do público e dos meios de comunicação, dada a relevância dos personagens envolvidos e as implicações legais da situação. Enquanto isso, a expectativa crescente em torno do julgamento reflete a significância do ocorrido em um momento tão delicado da política brasileira, onde acusações de corrupção continuam a ser um tema sensível e divisário.

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