JUSTIÇA – STF Mantém Audiência em Caso do Banco Master, Apesar de Pedido de Suspensão da Procuradoria-Geral da República e Investigações de Fraudes Bilionárias.

A Procuradoria-Geral da República solicitou a suspensão da acareação entre investigados no polêmico caso do Banco Master. No entanto, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter a audiência agendada para a próxima terça-feira, dia 30. A acareação, estipulada pelo próprio Toffoli na última quarta-feira, incluirá a participação de figuras centrais da investigação, como Daniel Vorcaro, sócio do Banco Master, Paulo Henrique Costa, ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), e Ailton de Aquino, diretor de Fiscalização do Banco Central. Esses três investigados serão ouvidos por videoconferência, um procedimento que se tornou comum devido às restrições impostas pela pandemia e à necessidade de dar celeridade aos trâmites judiciais.

O cerne da investigação envolve fraudes financeiras que supostamente movimentaram cerca de R$ 17 bilhões a partir da emissão de títulos de crédito falsos. As investigações pela Polícia Federal tiveram início em 2024, dentro do escopo da Operação Compliance Zero, que foi deflagrada em 18 de novembro de 2025. O caso ganhou notoriedade após a prisão de Vorcaro no Aeroporto de Guarulhos, um dia após a Fictor Holding Financeira anunciar a compra do Banco Master, que havia sido liquidado extrajudicialmente.

Além de Vorcaro, os sócios Augusto Ferreira Lima, Luiz Antonio Bull, Alberto Feliz de Oliveira e Angelo Antonio Ribeiro da Silva também foram detidos. Contudo, a Justiça Federal autorizou sua liberação, desde que sujeita a monitoramento por tornozeleira eletrônica. Essa condição implica restrições severas: os sócios estão impedidos de exercer atividades no setor financeiro, manter contato com outros investigados e deixar o país.

O processo é conduzido em sigilo, uma vez que Toffoli acolheu o pedido da defesa de Vorcaro para que o caso fosse transferido para a jurisdição do STF, ao invés de continuar na Justiça Federal em Brasília. A mudança foi motivada pela inclusão de um deputado federal na investigação, cuja condição de foro privilegiado exige que a análise seja feita pela Corte Suprema. A expectativa agora é que a audiência contribua para o esclarecimento dos fatos e avance o processo judicial relativo a este complexo esquema de fraudes financeiras.

Sair da versão mobile