Os réus enfrentam acusações graves, incluindo organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Após as defesas apresentarem suas considerações, o julgamento foi suspenso e será retomado na próxima terça-feira, 21 de outubro.
As defesas argumentaram em favor da absolvição, desafiando as alegações de envolvimento em ações de desinformação relacionadas ao processo eleitoral de 2022. Um dos casos emblemáticos foi o de Giancarlo Gomes Rodrigues, acusado de participar de atividades relacionadas à “Abin Paralela”. Sua advogada, Juliana Malafaia, destacou que não havia evidências que ligassem seu cliente aos outros réus, enfatizando que, segundo ela, nenhuma das testemunhas de acusação tinha conhecimento do mesmo.
Guilherme Marques de Almeida, defendido por Leonardo Avelar, também teve sua inocência proclamada, com o advogado afirmando que a denúncia carecia de fundamentos concretos, ressaltando que a única participação dele foi o compartilhamento de links de notícias entre colegas militares.
Outro réu, Marcelo Araújo Bormevet, cuja defesa foi pautada pelo advogado Hassan Souki, questionou a legitimidade das acusações, alegando que muitos dos supostos atos ocorreram antes da formação da organização criminosa. A defesa de Reginaldo Vieira de Abreu, representada por Diego Ricardo Marques, encontrou um ponto sensível ao afirmar que seu cliente não tinha ciência do conteúdo golpista de documentos que havia impresso.
Pela manhã, outros advogados também se posicionaram em favor da absolvição dos réus, sinalizando a união das defesas diante das acusações. O julgamento dos núcleos 2 e 3 da mesma trama está previsto para ocorrer ainda neste ano, com datas específicas já agendadas. Enquanto isso, o Núcleo 5, que inclui o empresário Paulo Figueiredo, ainda não tem previsão de julgamento. A complexidade dessa série de eventos torna o cenário político brasileiro ainda mais volátil, à medida que a justiça busca esclarecer as responsabilidades em uma das maiores crises institucionais do país.