O Núcleo 3 é formado por dez réus, entre os quais se destacam nove militares do Exército e um policial federal. Eles enfrentam sérias acusações, que incluem organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, além de danos qualificados e deterioração de patrimônio histórico. Os réus, notoriedade conhecidos na corporação como “kids pretos”, foram mais especificamente identificados como integrantes de uma tropa de elite do Exército.
Entre os acusados estão figuras de destaque militar, como coronéis e tenentes-coronéis, cujos nomes incluem Bernardo Romão Correa Netto, Estevam Theophilo, Fabrício Moreira de Bastos e outros. Esses indivíduos são acusados de orquestrar ações táticas que visavam a execução do plano golpista, que incluía, segundo a PGR, a intenção de sequestrar o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Durante o julgamento, a defesa do general da reserva Estevam Theophilo pleiteou sua absolvição, alegando que ele não estava envolvido nos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023, nem tampouco na suposta articulação para usar os “kids pretos” em ações que visassem obstruir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O advogado de Theophilo, Diego Rodrigues Musy, sustentou que, embora seu cliente tenha se reunido com Bolsonaro em três ocasiões no final de 2022, os encontros foram realizados na presença do então comandante do Exército e não evidenciam qualquer intenção golpista.
Musy rebuscou a argumentação ao afirmar que não existem provas nos autos que comprovem a participação de Theophilo em movimentos contra as urnas ou incitações ao desrespeito dos poderes estabelecidos. As sustentações continuarão nos próximos dias, com a PGR mantendo a exigência de condenações severas aos réus. Essa situação levanta debates profundos sobre a defesa da democracia no Brasil e os limites do poder militar em tempos de crise política.
