JUSTIÇA – STF inicia interrogatórios de réus envolvidos em tentativa de golpe durante governo Bolsonaro; depoimentos de Mauro Cid e Alexandre Ramagem marcam dia de audiências.



Na tarde de hoje, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu início aos interrogatórios dos acusados envolvidos no núcleo da suposta tentativa de golpe que ocorreu durante o governo de Jair Bolsonaro. Comandada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, a audiência durou cerca de seis horas e incluiu declarações de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, e Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

O dia de interrogatórios revelou detalhes significativos das alegações contra os réus. Mauro Cid, na condição de primeiro a depor, corroborou informações a respeito de uma reunião onde foi apresentado a um documento que contemplava a possibilidade de decretar estado de sítio e a prisão de ministros do STF. Cid também fez uma revelação impactante ao confirmar que recebeu, de forma clandestina, dinheiro do general Braga Netto em uma sacola de vinho, destinado ao repasse para o major do Exército Rafael de Oliveira, ligado ao esquadrão de elite conhecido como “kids-pretos”.

Por sua vez, Alexandre Ramagem negou as acusações de que a Abin teria sido utilizada para monitorar ilegalmente ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), durante a gestão de Bolsonaro. Seus depoimentos foram acompanhados de perto pela mídia e pelo público, evidenciando a seriedade das alegações envolvidas neste caso.

Os interrogatórios darão continuidade até a próxima sexta-feira. Amanhã, o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, será o próximo a prestar seu testemunho. Além dele, um total de oito réus, incluindo o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro e altos oficiais do governo, serão ouvidos nos próximos dias. Todos são acusados de crimes que vão desde organização criminosa armada até tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Com o término dos depoimentos, a expectativa gira em torno da próxima fase do processo judicial. O julgamento, que poderá resultar em penas que ultrapassam os 30 anos de prisão, está programado para ocorrer no segundo semestre deste ano. A sociedade observa atentamente o desenrolar desses acontecimentos, que têm o potencial de impactar diretamente a história política recente do Brasil.

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