JUSTIÇA – STF forma maioria de 6 votos contra interpretação das Forças Armadas como “poder moderador” no país, julgamento será finalizado em abril.



O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta segunda-feira (1º) contra a interpretação de que as Forças Armadas possam exercer o chamado “poder moderador”. Com 6 votos a 0, os ministros do STF reafirmaram que as Forças Armadas não têm o papel de intervir no funcionamento das instituições democráticas do país.

O voto decisivo foi proferido pelo ministro Gilmar Mendes, que destacou a incompatibilidade da hermenêutica da baioneta com a Constituição de 1988. Mendes ressaltou que a politização dos quartéis não traz benefícios para a sociedade brasileira e não é permitida pela Constituição.

O julgamento trata de uma ação protocolada pelo PDT em 2020, que visa impedir que o Artigo 142 da Constituição seja utilizado para justificar a intervenção das Forças Armadas nos Três Poderes. Esta tese do “poder moderador” foi levantada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para justificar possíveis medidas contra os outros Poderes durante seu governo.

O relator do caso, ministro Luiz Fux, concedeu uma liminar em junho de 2020 confirmando que o Artigo 142 não autoriza a intervenção das Forças Armadas nos Três Poderes. Fux argumentou que a missão das Forças Armadas é limitada e exclui qualquer interpretação que permita a intromissão no funcionamento dos poderes constitucionais.

Além de Fux, outros ministros como Luís Roberto Barroso, André Mendonça, Edson Fachin, Flávio Dino e Gilmar Mendes também votaram no mesmo sentido, reforçando a posição de que as Forças Armadas devem atuar de forma subalterna aos poderes civis estabelecidos pela soberania popular.

O julgamento está sendo realizado no plenário virtual do STF e a votação final será realizada até o dia 8 de abril. A expectativa é que a decisão do tribunal fortaleça a separação entre os poderes e reforce a importância da democracia no país.

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