JUSTIÇA – “STF exige explicações da Polícia Penal sobre escolta de Jair Bolsonaro após procedimento médico em Brasília”

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou à Polícia Penal do Distrito Federal uma prestação de contas detalhada sobre a escolta que acompanhou o ex-presidente Jair Bolsonaro em um procedimento médico realizado recentemente em um hospital de Brasília. A determinação ocorreu na última segunda-feira e as explicações devem ser apresentadas no prazo de 24 horas.

Na decisão, Moraes instruí a Polícia Penal a elaborar um relatório minucioso, que deve incluir informações sobre o veículo que transportou Bolsonaro, os agentes que estiveram com ele durante a internação e os motivos pelos quais o ex-presidente não foi diretamente levado para casa após a liberação médica. Essa ação levanta questões sobre os protocolos de segurança e logística utilizados na escolta do ex-mandatário, atualmente sob prisão domiciliar.

No dia anterior, Jair Bolsonaro foi encaminhado ao Hospital DF Star para realizar um procedimento na pele, com a autorização do próprio Moraes. O ex-presidente, que se encontra em prisão domiciliar e faz uso de tornozeleira eletrônica, teve sua movimentação monitorada rigorosamente durante a visita ao hospital. Ao final do tratamento, ele ficou em frente ao hospital, onde seu médico concedeu uma coletiva de imprensa para atualizar o público sobre sua condição de saúde. Durante essa espera, Bolsonaro recebeu apoio de seus seguidores, que o ovacionaram na porta da instituição.

É importante ressaltar que a questão da escolha dos locais e da logística do deslocamento de Bolsonaro é delicada, ainda mais em um contexto em que ele se encontra em situação judicial complicada. A prisão domiciliar dele foi decretada em agosto, após o entendimento de Moraes de que o ex-presidente teria infringido as regras, utilizando perfis de redes sociais de seus filhos para se comunicar e potencialmente burlar as restrições impostas.

Além disso, as medidas judiciais estabelecidas não se limitam apenas à prisão domiciliar. Desde então, Bolsonaro e outros envolvidos, incluindo seu filho Eduardo Bolsonaro, estão sendo investigados por probáveis conexões com tentativas de retaliação política em relação ao governo brasileiro. Recentemente, Bolsonaro foi condenado em um processo que envolve sérias acusações de crimes contra o Estado democrático de direito.

Esse contexto complexo ressalta a tensão entre segurança pessoal, protocolos de justiça e as implicações políticas que cercam a figura do ex-presidente, cuja trajetória política continua a impactar o cenário nacional.