Igor Cariús enfrentava acusações de envolvimento em um esquema que supostamente manipulava penalidades em partidas de futebol para favorecer apostadores. Uma das situações investigadas ligava o atleta a um cartão amarelo forçado durante um jogo entre Atlético Mineiro e Cuiabá no Campeonato Brasileiro de 2022. Segundo as alegações, ele teria recebido a quantia de R$ 30 mil por sua participação no esquema.
Durante a análise do caso, o ministro Gilmar Mendes, que se posicionou de maneira divergente, defendeu que o cartão amarelo em questão não teve repercussão suficiente para influenciar a classificação final do campeonato. Ele argumentou que, apesar da conduta do jogador ser reprovável, as consequências deveriam ser tratadas na esfera esportiva. Mendes citou a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD), que já havia imposto um afastamento de um ano ao lateral.
O ministro destacou que o time Cuiabá, do qual Igor Cariús fazia parte, acumulou 76 cartões amarelos durante a competição, o que, segundo Mendes, demonstra que um único cartão não teria impacto significativo nos resultados do campeonato.
O julgamento culminou em uma votação de 2 a 1 a favor da derrubada da ação penal, com Mendes e o ministro Dias Toffoli votando pela absolvição. O ministro André Mendonça, por sua vez, foi o relator do processo e havia negado o recurso de Cariús em agosto, antes de a questão ser levada à decisão final da Segunda Turma. Essa reviravolta no caso ressalta a complexidade das investigações que envolvem manipulação de resultados no esporte, além da necessidade de distinguir as esferas penal e esportiva quando julgado.









