Conforme prevê a Constituição, um oficial das Forças Armadas pode ser expulso em caso de condenação criminal que ultrapasse dois anos de prisão. A deliberação do STM, no entanto, só poderá ocorrer após o trânsito em julgado do caso, ou seja, após a exaustão de todos os recursos possíveis relacionados à condenação. Essa etapa é crucial para garantir que o devido processo legal seja observado, refletindo a importância do sistema judiciário na avaliação de questões que envolvem militares em posições de responsabilidade.
Um aspecto interessante é que o tenente-coronel Mauro Cid, que além de réu é delator no caso da trama golpista, não está sujeito à mesma possibilidade de perda de patente, uma vez que sua condenação foi estabelecida em regime aberto e ele recebeu a garantia de liberdade, de acordo com os termos de sua delação.
Paralelamente, o STF também decidiu sobre medidas referentes a delegados da Polícia Federal. O ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem, estão em processo de demissão de seus cargos, resultante de condenações pela Corte. Embora estejam afastados da atividade, ambos são concursados e sua saída deve ser formalizada, evidenciando uma postura rigorosa do STF em relação à responsabilização de altos funcionários públicos em casos de crime.
A decisão do STF reitera a importância de um controle efetivo sobre a conduta de militares e servidores públicos, enfatizando a necessidade de moralidade e ética nos altos escalões do governo e das instituições brasileiras. Esse episódio revela um momento crítico na política nacional e ressalta as consequências que indivíduos em posições de poder podem enfrentar quando envolvidos em atividades ilícitas.