JUSTIÇA – STF Decide por Responsabilização Civil de Redes Sociais por Postagens Ilegais, Formando Placar de 8 a 2 Contra Artigo 19 do Marco Civil da Internet.

Nesta quarta-feira, a ministra Cármen Lúcia, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), emitiu um voto significativo a favor da responsabilização civil das plataformas de redes sociais em relação às postagens ilegais realizadas por seus usuários. A manifestação da ministra culminou na formação de um placar de 8 votos a 2, declarando a inconstitucionalidade do Artigo 19 do Marco Civil da Internet, estabelecido pela Lei 12.965/2014, que delineia direitos e deveres para o uso da internet no Brasil.

O dispositivo legal em questão foi elaborado com o objetivo de proteger a liberdade de expressão e evitar a censura, prevendo que as plataformas só poderiam ser responsabilizadas pelas postagens de seus usuários caso não tomassem medidas para remover conteúdos ilegais após uma ordem judicial. Contudo, na avaliação de Cármen Lúcia, a realidade tecnológica evoluiu substancialmente desde a promulgação da lei, e as redes sociais adquiriram um papel central como gestoras de informações. A ministra destacou que as plataformas operam com algoritmos obscuros, o que levanta questões sobre a transparência e a responsabilidade dessas empresas em relação ao conteúdo que circula em suas interfaces.

Em seu voto, Cármen enfatizou a necessidade de que a responsabilidade das plataformas seja tratada de maneira semelhante à aplicada em outros contextos jurídicos: “É preciso que essa responsabilidade seja o tempo todo nas mesmas condições que estabelecemos para casos que poderiam ser considerados paralelos”, afirmou.

Esse julgamento, que teve início em 4 de junho e já contabiliza cinco sessões, é crucial para o futuro da regulação das redes sociais no Brasil. Enquanto a maioria dos ministros apoiou a ideia de responsabilização, uma minoria, composta por André Mendonça e Edson Fachin, defendeu a manutenção das diretrizes atuais que limitam a responsabilização das plataformas.

Após o voto de Cármen Lúcia, a sessão foi interrompida, aguardando o pronunciamento final do ministro Nunes Marques, que será o último a se manifestar sobre o tema. A decisão do STF terá um impacto significativo sobre a dinâmica das redes sociais e sua relação com a liberdade de expressão e a moderação de conteúdo.

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