As condenações são fruto de crimes graves, incluindo organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, além de danos qualificados à propriedade. Essas sentenças se enquadram na Lei da Ficha Limpa, que estabelece restrições de elegibilidade para aqueles que cometem crimes durante o exercício de funções públicas. O prazo para a inelegibilidade começa a contar imediatamente a partir da data da decisão, fechando a porta para possíveis candidaturas futuras de Bolsonaro e dos outros réus até 2031.
Embora as condenações tenham gerado um clima de expectativa e agitação, os réus têm à disposição a possibilidade de recorrer da decisão. A questão agora se concentra em como eles se posicionarão diante do STF e quais estratégias legais poderão ser utilizadas para tentar reverter os veredictos. Até que esses recursos sejam examinados e decididos, a prisão dos condenados não será imediata.
Os detalhes do julgamento mostram que Bolsonaro obteve a pena de 27 anos e três meses de prisão, enquanto seus aliados devem cumprir penas que variam de 16 anos a 26 anos. Entre os condenados estão figuras de destaque, como Walter Braga Netto, ex-ministro, e Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, que também receberam penas severas.
Enquanto isso, Mauro Cid, que atuou como ajudante de ordens de Bolsonaro, foi beneficiado com uma pena de apenas dois anos em regime aberto devido à delação premiada, o que levanta questões sobre a justiça equitativa e o tratamento diferenciado para réus em casos semelhantes. Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência, foi condenado a 16 anos, mas suas acusações foram parcialmente suspensas.
Este desfecho no STF representa um marco relevante na história política brasileira e gera um debate intenso sobre a responsabilidade dos líderes e a integridade do Estado Democrático.