JUSTIÇA – STF concede 15 dias para PGR se manifestar sobre ações referente ao marco temporal de demarcação de terras indígenas e permite inclusão de entidades interessadas.

O ministro Gilmar Mendes, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou a concessão de um prazo de 15 dias para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre cinco ações que envolvem a discussão a respeito do marco temporal para a demarcação de terras indígenas. Essa temática vem gerando intensos debates no cenário jurídico e político do país, especialmente considerando seu impacto sobre os direitos das comunidades indígenas.

Além de solicitar a manifestação da PGR, Mendes autorizou a participação de diversas entidades, incluindo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e representantes do governo de Santa Catarina, como interessados nos processos judiciais. Esse movimento amplia a gama de vozes que poderão contribuir para a discussão, permitindo que diferentes perspectivas sejam consideradas antes da elaboração do texto final que será submetido à votação.

A relevância do tema é evidente, especialmente após a decisão do STF em setembro de 2023, que determinou que o marco temporal para a demarcação de terras indígenas era inconstitucional. A decisão gerou uma onda de reações, levando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a vetar um projeto de lei que reconhecia essa tese. Contudo, em dezembro do mesmo ano, o Congresso Nacional reverteu esse veto, reafirmando a validade do marco temporal, a qual estipula que os indígenas têm direito apenas às terras que estavam sob sua posse até 5 de outubro de 1988, dia da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial até essa data.

Após essa reviravolta legislativa, partidos políticos como PL, PP e Republicanos protocolaram ações judiciais para reafirmar a validade do projeto que endossava o marco temporal. Em contrapartida, entidades que representam os interesses das comunidades indígenas e partidos alinhados ao governo também recorreram ao STF, questionando novamente a constitucionalidade dessa tese.

Com a abertura para manifestações e a inclusão dos distintos atores sociais, espera-se que a próxima fase do julgamento traga maior clareza e direções para a questão que envolve a demarcação de terras e os direitos das populações indígenas no Brasil. O caminho é incerto, mas o debate continua fervoroso e essencial para o futuro das terras indígenas no país.

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