JUSTIÇA – STF Avalia Reação a Sanções dos EUA Enquanto Julgamento de Golpistas Avança e Barroso Pede Pacificação Política no País

Na última sexta-feira, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, declarou que a Corte não descarta a possibilidade de uma reação às recentes sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos contra seus integrantes. Durante uma coletiva de imprensa, Barroso foi questionado sobre como as medidas afetaram os demais ministros do tribunal e revelou que prefere aguardar a conclusão do julgamento referente a uma suposta trama golpista ocorrida no governo de Jair Bolsonaro antes de tomar qualquer atitude.

Atualmente, um dos núcleos investigados, composto pelo ex-presidente e mais sete aliados, já recebeu condenações. Os núcleos 2, 3 e 4 estão previstos para serem julgados até o final deste ano. Barroso enfatizou a importância de esperar pela finalização do julgamento antes de considerar quaisquer ações, tanto de natureza política quanto judicial. Ele mencionou: “A ideia é esperar acabar o julgamento para pensar em qualquer eventual medida, seja política ou judicial”.

Até o presente momento, pelo menos seis ministros do STF foram alvos das sanções do governo norte-americano, que foram implementadas durante a administração de Donald Trump. Essas sanções incluem a suspensão de vistos e a aplicação da Lei Magnitsky, que visa punir violadores de direitos humanos. Além de Barroso, outros ministros como Edson Fachin, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, relator dos processos relacionados à trama golpista, também foram atingidos, assim como a esposa de Moraes, a advogada Viviane Barci de Moraes. É importante destacar que os ministros Nunes Marques e André Mendonça, indicados por Bolsonaro, assim como Luiz Fux, não foram alvo de nenhuma sanção.

Barroso também abordou a necessidade de pacificação no país frente à crescente polarização política. Ele fez um chamado à reflexão, afirmando que “quem teme ser preso pela trama golpista está querendo briga, e não pacificação”, revelando sua frustração por não ter conseguido promover um clima de harmonia maior entre os diferentes segmentos da sociedade.

Com a transição que se aproxima, na próxima segunda-feira, Edson Fachin e Alexandre de Moraes tomarão posse como presidente e vice-presidente do STF, respectivamente, marcando o fim do mandato de dois anos de Barroso à frente da Corte.

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