JUSTIÇA – STF Avalia Constitucionalidade de Benefícios Fiscais para Agrotóxicos em Julgamento Crucial para Setor Agrícola e Saúde Pública

Nesta quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu prosseguimento ao julgamento que examina a constitucionalidade da concessão de benefícios fiscais para agrotóxicos no Brasil. Os ministros analisam duas ações ajuizadas pelos partidos Verde (PV) e Socialismo e Liberdade (PSOL), que contestam a validade do Convênio nº 100, de 1997, do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), além da Emenda Constitucional 132, aprovada em 2023.

Essas normativas estabelecem um regime diferenciado de tributação para defensivos agrícolas, resultando em uma significativa redução de 60% nas alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para esses produtos. A questão é polêmica, especialmente em um contexto em que 30% dos agrotóxicos autorizados no Brasil são banidos na União Europeia devido à sua alta toxicidade e risco à saúde pública.

Durante a audiência, o advogado Lauro Rodrigues, que representa o PV, destacou que os benefícios fiscais são majoritariamente direcionados a grandes produtores agrícolas, em detrimento dos agricultores familiares, que, conforme suas afirmações, são responsáveis por cerca de 70% da produção de alimentos no país. Rodrigues enfatizou que a subvenção favorece um pequeno grupo de produtores em larga escala, refutando a narrativa de que a retirada dos subsídios comprometeria a agricultura nacional.

Por outro lado, o advogado Rodrigo Kaufmann, representante da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), defendeu a manutenção dos benefícios, argumentando que a revogação poderia impactar negativamente o custo dos alimentos, estimando um aumento de R$ 16 bilhões e uma redução de 50% na produção agrícola nacional. Kaufmann classificou os defensivos agrícolas como insumos essenciais, ressaltando sua prioridade para a produção alimentícia.

Hoje, a sessão foi dedicada às manifestações das partes envolvidas, e a votação sobre a questão em debate está agendada para ocorrer na próxima quarta-feira, dia 22. A expectativa é que o STF emita um parecer que poderá ter repercussões significativas no setor agrícola e nas políticas de saúde pública no Brasil.

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