Na ordem emitida por Moraes, foi solicitado ao presidente da Primeira Turma do STF, Flávio Dino, que iniciasse os trâmites para agendar um julgamento presencial do caso. Contudo, o período de recesso forense que se aproxima, entre 19 de dezembro e 1° de fevereiro, indica que o julgamento poderá ser realizado apenas em 2026, um atraso que gera expectativa e ansiedade entre os familiares e apoiadores de Marielle Franco.
Estão entre os réus os nomes de destaque, como o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, e o ex-deputado federal Chiquinho Brazão, que é seu irmão. Além deles, o ex-chefe da Polícia Civil do estado, Rivaldo Barbosa, e outros envolvidos, que já se encontram sob custódia preventiva, compõem a lista dos acusados. A delação do ex-policial Ronnie Lessa, que confessou ter efetuado os disparos fatais, apontou os irmãos Brazão e Barbosa como supostos mandantes do crime, revelando uma trama mais profunda que relaciona o assassinato aos interesses políticos e fundiários controlados pelo grupo.
De acordo com testemunhos e investigações conduzidas pela Polícia Federal, o assassinato de Marielle Franco está intimamente ligado ao seu ativismo, o que gerou descontentamento entre os poderosos da política local, particularmente aqueles vinculados a milícias que atuam em áreas do Rio de Janeiro. Apesar das graves acusações, os envolvidos negaram qualquer participação nas atividades delituosas que culminaram na morte da vereadora e de seu motorista.
Este caso, que lucrou uma grande carga emocional e política, continua a mobilizar a sociedade civil e defensores dos direitos humanos, que exigem agilidade no processo judicial e a efetiva responsabilização dos envolvidos. A decisão recente do STF, embora bem-vinda, lembra-nos da longa estrada que ainda precisa ser percorrida para alcançar a verdade e a justiça plena neste trágico episódio da história brasileira.









