Moro, que atuava como juiz titular da 13ª Vara Federal em Curitiba, foi considerado parcial pela Corte, o que levou à anulação dos procedimentos assinados por ele contra Palocci. No entanto, o acordo de delação assinado pelo ex-ministro continua válido.
Na decisão, Toffoli destacou que a parcialidade de Moro ultrapassou os limites e prejudicou a defesa de Palocci. O ministro afirmou que houve um padrão de conduta inadequado por parte de procuradores e magistrados, comprometendo o devido processo legal e o contraditório.
“A conduta de determinados procuradores e magistrados ignorou princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito em favor de objetivos pessoais e políticos”, disse Toffoli. Ele ressaltou a importância de garantir a institucionalidade e o respeito às garantias individuais, mesmo em casos de grande repercussão.
Palocci, condenado em 2017 por participar de um esquema de corrupção envolvendo a Odebrecht e a Petrobras, agora tem seus processos anulados. A decisão de Toffoli reforça a necessidade de respeitar os direitos dos acusados, mesmo em casos de corrupção, para garantir a legitimidade e a imparcialidade do sistema jurídico.
A decisão do ministro Toffoli gera debates sobre os limites da atuação judicial e a importância de garantir a ampla defesa no âmbito das investigações, reforçando o papel do STF como guardião da Constituição e dos direitos fundamentais dos cidadãos.