Embora o documento não aponte ilegalidades diretas quanto à origem dos recursos, ele destaca cerca de 50 movimentações consideradas atípicas que envolvem Bolsonaro e pessoas próximas a ele, como seu filho e a esposa, Michele Bolsonaro. Das operações mencionadas, quatro foram especificamente identificadas como suspeitas nas contas do ex-presidente, e outras quatro concernem ao deputado federal Eduardo, com as outras 42 transações realizadas em contas de terceiros.
Os investigadores levantam a possibilidade de que estas movimentações apresentem indícios de práticas ilícitas, como lavagem de dinheiro. Entre as transações questionadas, uma em particular chamou atenção: um repasse de R$ 2 milhões destinado a cobrir gastos de Eduardo Bolsonaro durante sua estadia nos Estados Unidos. Esta transferência, ocorrida em 13 de maio de 2023, já era conhecida do público e confirmada pelo próprio Jair Bolsonaro. Esse montante faz parte de um total de R$ 19 milhões recebidos por meio de doações de apoiadores via Pix no mesmo período.
Outro ponto crítico revelado é uma operação de R$ 3 milhões transferida da conta de Jair Bolsonaro para a de Michele. Este valor foi omitido pelo ex-presidente durante seu depoimento, o que pode complicar ainda mais sua situação perante as autoridades.
Tentativas de contato com a defesa de Jair Bolsonaro para obter um posicionamento sobre o relatório não resultaram em resposta até o fechamento desta reportagem. A situação permanece em evolução, enquanto as investigações da PF continuam a aprofundar-se, trazendo à tona questões complexas sobre a transparência e a legalidade nas finanças do ex-presidente. A sociedade observa de perto o desenrolar desses acontecimentos, que podem ter implicações significativas para o futuro político de Bolsonaro e sua família.