Braga Netto, que já se encontra detido desde dezembro de 2022 sob a suspeita de obstruir investigações relacionadas a tentativas de golpe, estava envolvido em estratégias que visavam desacreditar o pleito de 2022. Mensagens recuperadas demonstraram que ele participou ativamente de um grupo de WhatsApp, denominado “Eleições 2022”, que também contava com Peregrino. A PF identificou que esse grupo estava centralizado na formulação de um documento que propagava a narrativa de fraudes nas urnas eletrônicas, o que tinha como objetivo inquietar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A investigação indicou que os integrantes desse grupo disseminaram informações falsas a influenciadores próximos a Bolsonaro, intensificando a propagação de desinformação acerca do processo eleitoral. Além disso, o relatório sugere que Braga Netto e seus aliados tentaram manipular dados para respaldar alegações infundadas de fraude no primeiro turno das eleições de 2022.
Estratégias golpistas já eram evidentes durante os atos de 7 de setembro de 2021, quando Bolsonaro fez declarações ameaçadoras em relação ao STF. Conversas reveladas pela PF expõem o entendimento do grupo sobre os riscos das suas ações e a possível ruptura do regime democrático, com alucinações sobre o futuro do país e articulações de desestabilização.
Em uma acareação programada, marcada para o dia 24, a defesa de Braga Netto tentará esclarecer as acusações, que incluem a discussão de um plano chamado Punhal Verde e Amarelo, e alegações de que teriam sido feitas transações financeiras suspeitas. O general, no entanto, nega qualquer envolvimento com essas reivindicações e mantém sua posição de inocência em relação aos fatos apurados.