JUSTIÇA – “Rapper Oruam tem prisão mantida e será transferido para cela coletiva em Bangu 3 após audiência de custódia”

O rapper Oruam mantém prisão após audiência: Detalhes do caso revelam contexto de violência e controvérsia

Nesta segunda-feira, 4 de setembro, o rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido artisticamente como Oruam, passou por uma nova audiência de custódia. A Justiça decidiu manter sua prisão, que se arrasta desde o dia 22 de julho, e o artista será transferido para uma cela coletiva no Presídio Bangu 3, onde dividirá espaço com integrantes do Comando Vermelho, uma das facções criminosas mais poderosas do Rio de Janeiro.

A juíza da Central de Custódia, Laura Noal Garcia, presidiu a audiência e, em sua decisão, enfatizou que o mandado de prisão mantinha validade e que as deliberações anteriores não haviam sido revogadas, o que legitimou a continuidade da detenção. “Sendo regulares o ato prisional e o mandado de prisão no caso concreto e não havendo requerimentos de mérito, não há nada a prover”, argumentou.

Oruam se entregou à Polícia Civil após um episódio tumultuado no qual, segundo informações, ele e um grupo de amigos atacaram policiais que buscavam cumprir um mandado de prisão contra um adolescente que estaria em sua residência, localizada no bairro do Joá, na zona oeste do Rio de Janeiro. O adolescente conseguiu escapar, enquanto Oruam e seus acompanhantes reagiram com um ataque. Essa situação culminou em sua prisão preventiva.

Recentemente, no dia 30 de agosto, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, tornando Oruam réu por tentativa de homicídio qualificada. Durante a audiência, a juíza Tula Correa de Mello incluiu também Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira, amigo de Oruam, na mesma denúncia. O Ministério Público alega que o atentado ocorreu por meio de pedras arremessadas contra os agentes de segurança, categorizadas como objetos pesando entre 130 gramas e 4,85 quilos, lançadas a uma altura considerável de 4,5 metros.

Além da acusação de tentativa de homicídio, o rapper também enfrenta múltiplas acusações, incluindo associação ao tráfico de drogas, resistência, desacato, dano, ameaça e lesão corporal. A denúncia menciona ainda que Oruam, em um momento de tensão, teria se identificado como filho de um dos líderes do Comando Vermelho, o que foi interpretado como uma tentativa de intimidação.

O caso de Oruam segue em pauta e traz à tona discussões sobre violência policial, dinâmica das facções criminosas e o papel da arte como meio de expressão em um cenário social complexo. A repercussão de sua prisão e as implicações legais envolvem não apenas a vida do artista, mas também questões mais amplas que permeiam a sociedade contemporânea.

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