JUSTIÇA – Professor da UFF defende reformulação da Polícia Civil do RJ e critica relação promíscua com criminalidade organizada e sistema político

O professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Daniel Hirata, que também é membro do grupo de trabalho sobre Redução da Letalidade Policial do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), fez uma importante declaração nesta segunda-feira (24) em relação à necessidade de reformulação da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Segundo Hirata, a reformulação deve começar pela cúpula da Polícia Civil, que tem se envolvido em relações promíscuas com a criminalidade organizada e com o sistema político, comprometendo sua atuação como uma polícia judiciária democrática.

Nos últimos 16 anos, quatro chefes da Polícia Civil do Rio de Janeiro foram presos, o que evidencia a gravidade da situação. A ligação da cúpula da Polícia Civil com a criminalidade organizada e com esquemas ilícitos tem sido uma constante ao longo dos anos, resultando em uma instituição cada vez mais militarizada e afastada de suas funções originais de policiamento democrático.

O coordenador do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), Pablo Nunes, também se pronunciou sobre o caso, destacando que as recentes prisões relacionadas ao assassinato da vereadora Marielle Franco revelam o cenário de degradação institucional do Rio de Janeiro. Para Nunes, a refundação das polícias é essencial para melhorar a segurança pública e garantir o respeito aos direitos e à Constituição.

Diante desse cenário alarmante, a Corregedoria-Geral de Polícia Civil informou que instaurou um inquérito para apurar a conduta dos delegados envolvidos, incluindo Rivaldo Barbosa, suspeito de envolvimento no assassinato de Marielle Franco, e Gíniton Lages, ex-chefe do Departamento de Homicídios do Rio de Janeiro. A corporação afirmou que as investigações seguirão o rito legal adequado conforme a complexidade de cada caso.

Em resumo, a situação da Polícia Civil do Rio de Janeiro é preocupante e requer medidas drásticas para garantir a transparência, a eficiência e a legalidade das ações policiais. A sociedade precisa cobrar uma atuação mais rigorosa e ética por parte das instituições responsáveis pela segurança pública.

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