JUSTIÇA – Procurador-Geral se opõe à extinção da pena de Mauro Cid e defende cumprimento integral da condenação por participação em trama golpista.

Na última terça-feira, 18 de setembro, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, manifestou sua posição em um parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), articulando uma defesa pela manutenção da pena do tenente-coronel do Exército, Mauro Cid. O militar, que serviu como ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, enfrentou uma condenação importante em virtude de sua implicação em ações golpistas, sendo sentenciado a dois anos de prisão em regime aberto. A possibilidade de liberdade, no entanto, foi atribuída a um acordo de delação premiada que ele firmou.

A defesa de Mauro Cid argumenta que ele já deveria ser considerado como tendo cumprido a pena, uma vez que esteve sob prisão preventiva enquanto as investigações transcorriam. Contudo, o procurador Gonet rebateu essa alegação, enfatizando que o tempo efetivamente cumprido foi insuficiente para atingir o total da condenação imposta.

Gonet detalhou os períodos de prisão preventiva, observando que Mauro Cid ficou detido por apenas alguns meses em duas ocasiões: de 5 de maio a 9 de setembro de 2023, e de 22 de março a 5 de maio de 2024. Segundo o procurador, esse tempo acumulado não chega a dois anos, o que impossibilita a extinção da punibilidade do réu neste momento.

Além da questão da pena, o parecer também aborda a sugestão da Polícia Federal sobre a inclusão de Mauro Cid e sua família em um programa federal de proteção a testemunhas. A Procuradoria-Geral opina que a defesa deve ser consultada sobre esse assunto, oferecendo a este espaço a oportunidade de apresentar seu interesse em relação à segurança do militar e seus entes próximos.

Em uma decisão anterior, o ministro Alexandre de Moraes, ao determinar a execução da pena de Cid, implementou uma série de medidas restritivas que visam garantir a segurança do ex-ajudante de ordens e de sua família. As diretrizes incluem o recolhimento noturno, a proibição de portar armas e de utilizar redes sociais, além da restrição de comunicação com outros investigados em processos relacionados ao movimento golpista.

Esse desdobramento do caso de Mauro Cid levanta questões sobre a responsabilidade legal e as implicações éticas de sua delação e os desdobramentos de sua condenação. A decisão final do STF poderá impactar não apenas o destino do militar, mas também o andamento das investigações em curso.

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