Moreira alertou que, sem uma resposta consistente, o Estado corre o risco de se deslegitimar aos olhos da população. Nesse cenário, destacou a importância de o Ministério Público atuar de forma coordenada e integrada, utilizando uma estrutura mais adequada que a atual, onde muitas vezes as ações são realizadas de forma isolada pelos diversos órgãos. Essa falta de sinergia, segundo ele, pode prejudicar significativamente os esforços para conter o avanço do crime organizado.
O procurador também não hesitou em descrever a gravidade da situação que o Brasil enfrenta. Ele mencionou o impressionante volume financeiro que as organizações criminosas movimentam, que é frequentemente subestimado pela sociedade e pelas autoridades. No Rio de Janeiro, particularmente, Moreira mencionou o poderio bélico das facções, que são armadas com equipamentos de guerra, o que evidencia a escala da ameaça que essas organizações representam.
Moreira, por sua vez, ressaltou a importância de uma atuação do Ministério Público pautada por prudência e independência. Ele afirmou que não é aceitável para o órgão se alinhar a discursos extremistas, sejam eles a favor de um processo penal mínimo ou que defendam a extinção do direito penal. Em seu discurso, ficou claro que o procurador defende uma abordagem equilibrada que busque a justiça sem cair em radicalismos ideológicos.
O chamado à ação do procurador-geral reflete uma preocupação crescente diante da escalada da violência e do apoderamento das ruas por facções criminosas, evidenciando a necessidade de um esforço coletivo e estruturado para que o Brasil possa enfrentar este desafio de forma eficaz. O panorama delineado por Moreira deixa claro que a reconstrução da segurança pública exige não apenas um combate direto ao crime, mas também a implementação de políticas sólidas que garantam o fortalecimento das instituições e a defesa do Estado de Direito.









