Os advogados que representam Bolsonaro sustentam que seu cliente não violou nenhuma das condições estabelecidas pela Justiça, que inclui uma proibição expressa do uso de redes sociais. Em comunicado, a defesa reafirmou a inocência de Bolsonaro no que tange ao descumprimento das medidas cautelares, destacando que declarações feitas pelo ex-presidente, como uma simples saudação a seus apoiadores, não configuram um ato ilícito. “A frase ‘Boa tarde, Copacabana. Boa tarde meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos’ não deve ser interpretada como uma violação”, afirmaram os advogados.
Os desdobramentos da decisão de Moraes estão conectados a outras investigações em curso, que envolvem também os filhos de Bolsonaro. Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro publicaram mensagens de agradecimento nas redes sociais por meio de postagens que, segundo Moraes, indicam um descumprimento das restrições anteriormente impostas. A medida também reflete a vigilância sobre as interações sociais de Bolsonaro, atribuindo a sua defesa a responsabilidade sobre a interpretação das comunicações feitas por seus familiares.
Em março, Eduardo Bolsonaro solicitou licença oficial de seu cargo e se mudou para os Estados Unidos, alegando perseguição política. Este afastamento é controverso e está associado a uma análise mais ampla sobre o papel que ele e sua família desempenham em relações que se estendem além-fronteiras, envolvendo potenciais ações contra o governo brasileiro.
O contexto envolvendo a prisão domiciliar também está entrelaçado a inquéritos mais abrangentes, onde Bolsonaro é acusado de financiar a estadia de seu filho no exterior e de estar ligado a um suposto plano golpista que afeta instituições democráticas do Brasil. Com o julgamento marcado para setembro, o futuro político do ex-presidente permanece incerto e cercado de tensões jurídicas intensas.