A tragédia resultou na morte de 19 pessoas, incluindo o feto de uma sobrevivente, e na liberação de 40 milhões de metros cúbicos de resíduos tóxicos no Rio Doce. Os impactos do desastre foram considerados catastróficos e de longa duração nas comunidades e empresas da região atingida.
O julgamento teve início nesta segunda-feira e está previsto para se estender até março de 2025. As primeiras audiências consistiram nas declarações iniciais dos advogados das partes envolvidas, sendo o PG responsável pela exposição no primeiro dia. Segundo o relato do escritório, a juíza O’Farrell ouviu argumentos que apontam a influência direta da BHP nas decisões da Samarco, destacando a falta de membros independentes no conselho de administração da empresa.
Alain Choo Choy KC, representante dos reclamantes, afirmou que a BHP tinha conhecimento das práticas irregulares da Vale em relação aos rejeitos despejados na barragem, mas optou por não intervir, mesmo com evidências de que a situação era insustentável. A BHP teria aprovado a elevação da altura da barragem para acomodar o aumento de rejeitos, mesmo sabendo dos riscos envolvidos.
A BHP, em nota, refutou as alegações apresentadas, argumentando que sempre teve uma gestão independente em suas operações. A empresa ressaltou seu compromisso em colaborar com a Samarco e a Vale no processo de reparação e compensação em andamento no Brasil, destacando os esforços da Fundação Renova na assistência às vítimas e na restauração do meio ambiente afetado.
O desenrolar do julgamento deverá trazer à tona mais detalhes sobre o papel da BHP na tragédia de Mariana e a responsabilização legal das empresas envolvidas. Este caso continua a ser acompanhado de perto por autoridades e ambientalistas, que buscam justiça e medidas efetivas para evitar novos desastres semelhantes no futuro.