De acordo com as informações obtidas pela PF, a movimentação entre Bacellar e TH Joias teve início na noite anterior à sua prisão. Durante essa comunicação, TH Joias ativou um novo número de celular e imediatamente procurou Bacellar, carinhosamente se referindo a ele como “01”. As autoridades apuraram que o presidente da Alerj aconselhou o ex-deputado a remover objetos de sua residência, sugerindo a possibilidade de ocultação de provas. As conversas continuaram ainda na manhã da operação, momentos antes da detenção de TH Joias.
Os documentos sobre o pedido de prisão de Bacellar, submetidos ao Supremo Tribunal Federal, revelam que a Polícia Federal encontrou “indícios contundentes” de que operações policiais anteriores foram frustradas devido ao vazamento de informações sigilosas, supostamente por parte de Bacellar. As acusações contra Thiego Silva incluem favorecimento a líderes do Comando Vermelho e a facilitação do tráfego de armas e drogas durante seu tempo no cargo.
A gravidade das evidências levou os agentes responsáveis pela investigação a enfatizar a “periculosidade da organização criminosa” em questão, bem como a “profunda infiltração no poder público fluminense”. Eles destacaram a urgência em aprofundar as investigações para interromper as atividades ilícitas e esclarecer os fatos.
Além da prisão, o ministro Alexandre de Moraes determinou o afastamento de Bacellar de seu cargo na Assembleia. A operação da PF também incluiu mandados de busca e apreensão em quatro endereços relacionados ao deputado e em seus gabinetes na Alerj, aumentando ainda mais o escopo da investigação.
A reportagem segue em busca de contato com a defesa do deputado para esclarecer sua posição em relação às acusações. Essa situação ressalta não apenas a gravidade da corrupção política em algumas esferas, mas também o valor do trabalho investigativo das forças de segurança pública no combate ao crime organizado no Brasil.
