A decisão de Moraes foi anunciada após Bolsonaro receber uma advertência vinculada à divulgação de links de entrevistas feitas com veículos de comunicação nos dias anteriores. A contagem do prazo começou com uma notificação enviada ao advogado Celso Villardi por um oficial de Justiça, através de WhatsApp, revelando a celeridade com que o caso se desenrola.
Momentos antes do prazo estipulado, na tarde desta segunda-feira, o ex-presidente foi visto exibindo a tornozeleira eletrônica ao visitar a Câmara dos Deputados, o que foi amplamente coberto pelas redes sociais e pela mídia tradicional. O uso da tornozeleira é uma das medidas cautelares em vigor contra Bolsonaro, que inclui diversas restrições em sua liberdade de agir e se comunicar.
Essas medidas cautelares foram implementadas no contexto de uma investigação que envolve também o filho de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro, e trata de tentativas de retaliação ao governo brasileiro, assim como de impedir o andamento de um processo penal vinculado a uma suposta tentativa de golpe de Estado no país em 2022. De acordo com Moraes, essas medidas são essenciais para garantir que Bolsonaro não consiga evadir-se para o exterior.
A lista de restrições imposta ao ex-presidente é extensa e abrange não apenas o uso de dispositivos eletrônicos para comunicação, mas também limitações quanto ao contato com embaixadas e autoridades estrangeiras, além de um recolhimento domiciliar noturno. Tais determinações refletem a gravidade das acusações e a necessidade de monitoramento rigoroso sobre suas atividades.
Em meio a esse cenário, a expectativa é de que a defesa de Bolsonaro apresente argumentos que possam justificar o descumprimento das regras, enquanto o olhar da opinião pública e a análise da Justiça continuam voltados para seus próximos passos. A situação continua a se desenvolver rapidamente, com desdobramentos que podem influenciar a trajetória do ex-presidente e do atual cenário político brasileiro.