Julgamento em Andamento: Agente da PRF Enfrenta Acusações de Homicídio
O agente da Polícia Rodoviária Federal, Thiago da Silva Sá, foi encaminhado a júri popular após ter disparado oito tiros de fuzil contra um veículo na Rodovia Washington Luiz (BR-040) em 23 de junho de 2023. O incidente resultou na trágica morte da estudante de enfermagem, Anne Caroline Nascimento Silva, e em uma tentativa de homicídio contra seu marido, Alexandre Roberto Ribeiro Mello, que estava ao volante do carro.
O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro formalizou a denúncia, acusando Thiago de crimes graves que incluem homicídio qualificado consumado, homicídio qualificado tentado e lesão corporal grave culposa. A investigação revelou que os policiais iniciaram uma perseguição ao veículo das vítimas, durante a qual efetuaram disparos que atingiram o carro em diversas partes. Sete dos oito disparos foram direcionados ao veículo em movimento, e um deles feriu gravemente Anne Caroline, que não resistiu e morreu horas após ser socorrida.
Laudos periciais e depoimentos corroboraram a dinâmica do evento, confirmando que os disparos foram feitos em direção a um carro em movimento, ação que a Justiça Federal qualificou como um grande risco à vida. Ao tomar essa decisão, os magistrados destacaram que Thiago da Silva Sá assumiu um risco desnecessário ao utilizar uma arma de alto poder destrutivo, especialmente considerando a proibição de disparar contra veículos em situação de perseguição.
No entanto, a Justiça não encontrou indícios suficientes para levar o agente Jansen Vinicius Pinheiro Ferreira, que era acusado de induzir Thiago a efetuar os disparos, a um júri popular. Outros agentes que também participaram do evento, Diogo Silva dos Santos e Wagner Leandro Rocha de Souza, foram absolvidos das acusações de fraude processual, pois não foi comprovado que tentaram manipular a cena do crime.
É importante destacar que, apesar da gravidade das acusações, Thiago da Silva Sá responderá aos processos em liberdade, enquanto a discussão sobre a responsabilidade dos envolvidos continua. O caso destaca as consequências devastadoras que ações imprudentes podem ter e coloca em foco o necessário debate sobre práticas e protocolos de segurança que devem ser seguidos por autoridades policiais em situações de emergência.
No dia do ocorrido, durante uma blitz da PRF, Anne Caroline e seu marido foram alvo dos disparos, e, além da estudante, uma passageira de outro veículo também foi ferida por um dos projéteis. Este desgastante episódio levanta questões pertinentes sobre o uso da força por agentes de segurança e o impacto de suas decisões no cotidiano da sociedade.
