A denúncia do Ministério Público veio após a análise de imagens das câmeras corporais, depoimentos de testemunhas, a versão dos agentes e confronto desses dados com laudos periciais produzidos no curso da investigação. Segundo o MP, todos esses elementos foram fundamentais para a decisão de acusar os policiais militares pela morte do homem durante a operação policial.
A Operação Escudo, realizada pela Polícia Militar na Baixada Santista entre o final de julho e início de setembro, foi alvo de críticas devido ao alto índice de letalidade policial, resultando na morte de 28 civis. A ação foi uma resposta da PM à morte do soldado Patrick Bastos Reis, pertencente a Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), que foi baleado e morto em Guarujá no final de julho.
Além do caso que resultou na denúncia dos dois policiais militares, o Ministério Público informou que outros 25 Procedimentos Investigatórios Criminais (PICs) estão em andamento para esclarecer as circunstâncias das demais mortes ocorridas durante a Operação Escudo. Também está em curso um Procedimento Administrativo de Acompanhamento (PAA) das investigações de todas as mortes decorrentes da intervenção policial.
Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública foi procurada para comentar o caso, mas ainda não se manifestou sobre as acusações contra os policiais militares e os desdobramentos da Operação Escudo. Este é mais um capítulo em meio a uma série de polêmicas e questionamentos em relação às ações policiais na região. A sociedade civil e as autoridades públicas devem acompanhar de perto as investigações e desdobramentos desse caso para garantir a justiça e a transparência nas ações policiais.