A requisição da PF surge após o próprio ministro ter solicitado esclarecimentos sobre a controvérsia relacionada à viagem de Martins. Este indivíduo é um dos réus no que foi denominado de Núcleo 2 da trama golpista relacionada ao governo de Bolsonaro. As atenções se voltaram para o fato de que o Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA afirmou não haver registro da entrada de Martins no país no dia 30 de dezembro, data em que ele teria sido supostamente visto em Orlando, Flórida.
Além disso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) identificou Martins como um dos elaboradores de uma minuta que propunha um golpe de Estado, a qual foi circulada no final da gestão de Bolsonaro. De acordo com o delegado Fábio Shor, a investigação requer uma análise aprofundada sobre a possibilidade de simulação relacionada à entrada de Martins nos EUA. Ele levantou a hipótese de que membros de uma organização criminosa poderiam ter utilizado engenhosamente as prerrogativas diplomáticas para facilitar uma entrada fictícia de Martins no território americano.
Ainda conforme o delegado, registros de entrada indicam que Martins pode, de fato, ter chegado ao país no dia mencionado. “Todas as informações obtidas até o momento sustentam que, no dia 30 de dezembro de 2022, houve o registro da entrada de Filipe Martins nos Estados Unidos”, ressaltou.
Vale lembrar que Martins foi libertado em agosto de 2024 sob a ordem de Moraes, e agora está sujeito a monitoramento por meio de tornozeleira eletrônica. A defesa do ex-assessor continua a negar a veracidade das alegações sobre sua entrada nos EUA e critica a decisão do ministro que resultou em sua prisão. Essa situação continua a suscitar debates intensos sobre os limites do uso do poder e as repercussões das investigações em curso.