A investigação da PF apurou que, além da transferência para sua esposa, Jair Bolsonaro já havia reconhecido ter enviado anteriormente outros R$ 2 milhões para cobrir despesas da estadia de Eduardo nos Estados Unidos. O relatório destaca que Bolsonaro omitiu informações relevantes não apenas sobre a quantia transferida para Michelle, mas também sobre a possibilidade de repasses adicionais ao filho. A situação levanta sérias suspeitas sobre a motivação por trás dessas transações financeiras, principalmente considerando que ocorreram em um momento crítico, à véspera de um depoimento que poderia esclarecer as relações e ações dele e de seu filho no cenário político.
A análise da PF sugere que houve uma atuação intencional de Bolsonaro para apoiar Eduardo em suas atividades no exterior, possivelmente na tentativa de contornar medidas legais que poderiam comprometer a atuação do deputado. A combinação de transferências financeiras e o timing desses repasses acusam um plano premeditado, onde recursos seriam utilizados para fortalecer a posição do filho em suas atividades internacionais.
As investigações começaram após uma solicitação do procurador-geral da República para apurar a suposta colaboração de Eduardo em esforços para convencer o governo dos Estados Unidos a impor sanções a autoridades brasileiras, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, que está no centro das ações contra a trama golpista e na investigação de fake news.
Como resultado, o governo dos Estados Unidos impôs diversas sanções e tarifas contra produtos brasileiros, acirrando ainda mais as tensões. Eduardo Bolsonaro, por sua vez, se licenciou de seu cargo parlamentar e se estabeleceu nos EUA, alegando perseguição política. Com isso, a situação torna-se ainda mais complicada, especialmente com pedidos de cassação do seu mandato surgindo no âmbito da Câmara dos Deputados, destacando a crescente pressão política e as repercussões das ações da família Bolsonaro em um contexto internacional delicado.