O inquérito, conhecido como “Abin Paralela”, também incluiu indiciamentos de outros integrantes da cúpula atual da agência, liderada por Luiz Fernando Corrêa. A conclusão da investigação foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), com a natureza da investigação revelando o foco em práticas de monitoramento ilegal de autoridades públicas, algo que, se comprovado, configuraria uma grave violação de direitos.
As apurações realizadas pela PF sugerem a formação de uma organização criminosa dentro da Abin, composta por policiais e servidores que teriam participado ativamente de ações de espionagem. Dentre as atividades suspeitas, detectives da PF revelaram que houve tentativas de obter informações sigilosas sobre autoridades paraguaias envolvidas nas negociações do contrato da usina hidrelétrica de Itaipu, um projeto de vital importância para ambos os países.
Embora Jair Bolsonaro e Alexandre Ramagem tenham optado por não comentar o indiciamento, ambos já haviam negado a existência de qualquer esquema irregular anteriormente. Carlos Bolsonaro, por sua vez, utilizou suas redes sociais para atacar as motivações políticas por trás da operação da PF, insinuando que o movimento visa interferir nas eleições de 2026.
A Abin, por sua parte, anunciou que não se manifestará sobre os indiciamentos, embora em abril o diretor-geral da agência tenha declarado que estava à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos relevantes, fossem na esfera administrativa, civil ou criminal.
Este desenvolvimento marca um capítulo significativo em uma série de controvérsias que cercaram o governo de Bolsonaro e levanta novos questionamentos sobre a legalidade e ética das operações de inteligência no Brasil. À medida que a situação avança, a expectativa é de que mais detalhes sobre as ações da Abin e suas consequências políticas continuem a surgir no cenário nacional.