JUSTIÇA – Polícia Federal cumpre prisões domiciliares de condenados por trama golpista que queria manter Bolsonaro no poder; ex-diretor da PRF tentava fuga para o Paraguai.

Neste último sábado, a Polícia Federal (PF) iniciou o cumprimento de dez mandados de prisão domiciliar, envolvendo indivíduos que foram condenados em um esquema golpista que visava manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. As ordens judiciais, que exigem o uso de tornozeleiras eletrônicas, foram emitidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e surgem em resposta a um recente episódio de tentativa de fuga de um dos condenados, Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal.

Dentre os indivíduos envolvidos, Felipe Martins, que atuou como assessor de Bolsonaro, foi um dos alvos das prisões. Um advogado que representa Martins, Jeffrey Chiquini, mencionou em uma rede social o momento em que a PF se apresentou na residência de seu cliente, localizada em Ponta Grossa, Paraná, para executar a medida de prisão domiciliar. O advogado contestou a legalidade da ação, alegando que a prisão é “abusiva” e carece de justificação adequada, frisando a ausência de indícios concretos que justificassem a restrição da liberdade do ex-assessor.

Felipe Martins e Silvinei Vasques fazem parte do seguindo núcleo das atividades ilícitas denunciadas. Implementações de condenações severas foram registradas, com Martins recebendo uma pena de 21 anos, sendo os primeiros 18 anos e 6 meses em regime fechado, enquanto Vasques foi sentenciado a 24 anos e 6 meses, também em regime fechado.

Além dos mandados cumpridos no Paraná, as operações da PF se estendem a outros estados, abrangendo Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Bahia, Tocantins e o Distrito Federal, com a colaboração do Exército em algumas das ações. O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, não só determinou a prisão domiciliar, mas também impôs diversas medidas cautelares: entre elas, está a proibição do uso de redes sociais, a suspensão de documentos relacionados à posse de armas, a entrega de passaportes e a restrição de contato com outros investigados.

A situação de Vasques agravou-se ainda mais na sexta-feira, quando foi determinada sua prisão preventiva após uma tentativa de fuga para o Paraguai. Durante este incidente, o ex-diretor rompeu a tornozeleira eletrônica enquanto cumpria sua prisão domiciliar e, ao ser capturado no Paraguai, tentava embarcar para El Salvador. Após ser entregue às autoridades brasileiras, Vasques deve ser transferido para Brasília, onde as investigações continuam a ser conduzidas com rigor e atenção.

A série de eventos evidencia um contexto de intensificação das ações judiciais e policiais contra aqueles que participaram de tentativas de subverter o estado democrático, refletindo uma resposta firme do sistema judicial e das forças de segurança do país.

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