JUSTIÇA – Plano de golpe de Estado liderado por Bolsonaro seria consumado em 15 de dezembro, revela relatório da Polícia Federal.

No dia 15 de dezembro de 2022, um plano de golpe de Estado liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados foi impedido de ser consumado, de acordo com informações reveladas pela Polícia Federal (PF). O relatório de indiciamento apontou que a ação visava a abolição violenta do Estado Democrático de Direito e envolvia 37 acusados, incluindo o próprio Bolsonaro, o ministro da Justiça Anderson Torres, os generais da reserva Braga Netto e Mario Fernandes, e o ex-comandante do Exército Freire Gomes. O sigilo do caso foi levantado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator do inquérito.

Segundo os investigadores, a data escolhida para o golpe foi estrategicamente importante, uma vez que Bolsonaro recebeu em sua residência oficial o ministro da Justiça e os generais indiciados, além de estar em curso uma operação clandestina para prender o ministro Alexandre de Moraes. No entanto, a falta de apoio das tropas do Exército frustrou os planos do grupo, levando ao cancelamento da operação e impedindo Bolsonaro de assinar o decreto golpista.

O relatório também apontou que a Marinha e a Aeronáutica se posicionaram contra o golpe, com os comandantes Almir Garnier e Baptista Junior se posicionando contrários a qualquer medida que causasse a ruptura institucional no país. A implementação do golpe estava prevista para três dias após a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckimin pelo Tribunal Superior Eleitoral.

No entanto, a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal em Brasília por manifestantes horas após a cerimônia de diplomação evidenciou a tensão política e social que permeava o país naquele momento. A ação criminosa resultou em incêndios em ônibus e carros na região, demonstrando a gravidade do cenário político que o Brasil enfrentava naquele período.

Diante da gravidade dos fatos revelados pela investigação da PF, a sociedade brasileira se viu diante de um momento de grande turbulência política e institucional, evidenciando a importância da manutenção do Estado Democrático de Direito e da preservação das instituições democráticas do país.

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