Segundo os investigadores, a data escolhida para o golpe foi estrategicamente importante, uma vez que Bolsonaro recebeu em sua residência oficial o ministro da Justiça e os generais indiciados, além de estar em curso uma operação clandestina para prender o ministro Alexandre de Moraes. No entanto, a falta de apoio das tropas do Exército frustrou os planos do grupo, levando ao cancelamento da operação e impedindo Bolsonaro de assinar o decreto golpista.
O relatório também apontou que a Marinha e a Aeronáutica se posicionaram contra o golpe, com os comandantes Almir Garnier e Baptista Junior se posicionando contrários a qualquer medida que causasse a ruptura institucional no país. A implementação do golpe estava prevista para três dias após a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckimin pelo Tribunal Superior Eleitoral.
No entanto, a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal em Brasília por manifestantes horas após a cerimônia de diplomação evidenciou a tensão política e social que permeava o país naquele momento. A ação criminosa resultou em incêndios em ônibus e carros na região, demonstrando a gravidade do cenário político que o Brasil enfrentava naquele período.
Diante da gravidade dos fatos revelados pela investigação da PF, a sociedade brasileira se viu diante de um momento de grande turbulência política e institucional, evidenciando a importância da manutenção do Estado Democrático de Direito e da preservação das instituições democráticas do país.