JUSTIÇA – PGR se posiciona contra soltura de general Braga Netto em inquérito do golpe no STF em meio a polêmicas sobre obstrução de investigações.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou um parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (20) se posicionando contra a soltura do general Braga Netto, que foi preso na semana passada no Rio de Janeiro no âmbito das investigações do inquérito do golpe. A manifestação foi motivada por um pedido da defesa do general, que solicitou a substituição da prisão por medidas menos severas. Os advogados de Braga Netto argumentaram que as acusações contra ele são baseadas em fatos passados e não justificariam a prisão preventiva.

No entanto, o procurador-geral, Paulo Gonet, sustentou que as razões que levaram à prisão do general continuam válidas. Segundo Gonet, apenas medidas cautelares não seriam suficientes para assegurar a ordem pública, a condução da investigação criminal e a aplicação da lei penal. Ele justificou que as tentativas do investigado de obstruir a investigação em curso mostram a necessidade da prisão como única forma de cessar o embaraço às investigações.

No último sábado (14), Braga Netto foi preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe que está em andamento no STF. De acordo com as investigações da Polícia Federal, o general estaria obstruindo as investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A PF identificou que o general da reserva teria tentado acessar informações sigilosas da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Após a prisão, a defesa de Braga Netto negou as acusações de obstrução às investigações. O advogado do general argumentou que as medidas tomadas são uma tentativa de calar vozes contrárias ao governo atual. A decisão sobre a manutenção ou revogação da prisão de Braga Netto caberá ao STF, que deverá analisar o parecer da PGR antes de tomar qualquer decisão.

Sair da versão mobile