JUSTIÇA – PGR pede condenação de acusados no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes em alegações finais antes do julgamento no STF



Na tarde da última terça-feira, dia 13 de setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou um pedido formal ao Supremo Tribunal Federal (STF) visando a condenação de vários indivíduos acusados de envolvimento no brutal assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, assassinatos que chocaram o Brasil em março de 2018, no Rio de Janeiro.

Neste importante desdobramento do caso, a PGR requisitou a responsabilização do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, bem como de seu irmão, o ex-deputado federal Chiquinho Brazão. Também estão entre os acusados o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, o major da Polícia Militar Ronald Alves de Paula e o ex-policial militar Robson Calixto, que atuava como assessor de Brazão. O pedido de condenação representa a fase final das alegações, ocorrendo pouco antes do julgamento do processo.

O vice-procurador Hindenburgo Chateaubriand reiterou a necessidade de que os acusados fossem penalizados pelos crimes de organização criminosa e homicídio. Segundo ele, as evidências reunidas durante a investigação demonstram a participação de todos os réus na execução do crime. “Os eventos que levaram à morte de Marielle e Anderson, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Gonçalves, foram suficientemente tratados e demonstrados na ação penal”, destacou Chateaubriand.

De acordo com informações que vieram à tona na delação do ex-policial Ronnie Lessa, que confessou ter efetuado os disparos que tiraram a vida da vereadora, os irmãos Brazão e Barbosa são apontados como mandantes do crime. Rivaldo Barbosa teria estado envolvido nas fases preparatórias da execução, enquanto Ronald Alves é acusado de monitorar os deslocamentos de Marielle e de transmitir dados estratégicos para o grupo. Robson Calixto, por sua vez, teria sido responsável por entregar a arma usada no crime.

As investigações da Polícia Federal sugerem que a motivação do assassinato está ligada ao posicionamento da vereadora contra os interesses do esquema político dos irmãos Brazão, que se entrelaça com questões fundiárias em áreas dominadas por milícias cariocas. Durante o processo, os acusados negaram veementemente qualquer envolvimento nas atrocidades.

O relator do caso no STF é o ministro Alexandre de Moraes, que agora terá a responsabilidade de agendar a data do julgamento, o qual pode ocorrer ainda neste ano, trazendo a expectativa de um desfecho para um dos casos mais emblemáticos da política brasileira contemporânea.

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