O julgamento de Bolsonaro e de mais sete investigados pela trama golpista está marcado para o dia 25 de março. Na última segunda-feira (10), os advogados recorreram da decisão do presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, que havia negado o impedimento dos dois ministros.
No recurso, a defesa de Bolsonaro solicitou que o caso fosse julgado pelo plenário da Corte, formado pelos 11 ministros, incluindo André Mendonça e Nunes Marques, que foram nomeados para o STF durante o governo Bolsonaro.
O procurador-Geral da República, Paulo Gonet, no parecer enviado ao STF, destacou que os impedimentos de Dino e Zanin não se encaixam na legislação vigente. De acordo com Gonet, os acontecimentos apontados pela defesa de Bolsonaro como comprometedores da imparcialidade dos ministros não se enquadram nas hipóteses previstas na legislação processual civil e penal.
As ações de impedimento foram direcionadas aos ministros porque eles fazem parte da Primeira Turma do Supremo, colegiado responsável por julgar a denúncia contra Bolsonaro. A defesa do ex-presidente alegou que Flávio Dino havia entrado com uma queixa-crime contra Bolsonaro quando ocupava o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública nos primeiros meses do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Já em relação a Cristiano Zanin, a defesa de Bolsonaro argumentou que ele havia sido advogado da campanha de Lula e havia entrado com ações contra a chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022. A decisão final sobre o recurso da defesa de Bolsonaro caberá ao STF, que deverá julgar o caso no dia 25 de março.