JUSTIÇA – PGR Denuncia Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo por Coação em Tentativa de Retaliação às Autoridades Brasileiras e Ministros do STF.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) moveu uma ação contra o deputado Eduardo Bolsonaro, do PL-SP, e o blogueiro Paulo Figueiredo, acusando-os de coação durante um processo em andamento. A denúncia foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) e está diretamente vinculada a investigações sobre a atuação de Eduardo Bolsonaro junto ao governo dos Estados Unidos para articular retaliações contra o Brasil e seus ministros da Corte.

De acordo com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, tanto Eduardo quanto Figueiredo, atualmente residentes nos Estados Unidos, desempenharam papéis ativos na promoção de “graves sanções” contra o Brasil. Essas ações, segundo Gonet, visavam influenciar o STF a evitar a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro em um caso que envolve uma suposta trama golpista.

Gonet argumentou que a estratégia utilizada por ambos evidencia um intuito deliberado de causar instabilidade política e um clima de medo, projetando uma perspectiva de represálias estrangeiras sobre as autoridades brasileiras e um ambiente de isolamento para a população. O procurador também menciona que os denunciados se apresentaram publicamente como responsáveis pelas sanções, promovendo um discurso de que eram os únicos capazes de desativá-las. Em troca, teriam condicionado a suspensão das sanções à não condenação de Jair Bolsonaro.

Embora o ex-presidente tenha sido investigado no mesmo inquérito, ele não foi denunciado. Atualmente, Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar e está monitorado por uma tornozeleira eletrônica. Caso a denúncia da PGR seja aceita pelo STF, tanto Eduardo Bolsonaro quanto Paulo Figueiredo se tornariam réus, seguindo o exemplo do julgamento anterior relacionado à tentativa de golpe de Estado. O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes.

Paulo Figueiredo, que é neto do ex-general João Batista Figueiredo, último presidente da ditadura militar no Brasil, já havia sido denunciado anteriormente, acusado de disseminar informações falsas. Por sua vez, Eduardo Bolsonaro se afastou da Câmara em março, alegando perseguição política, e desde então reside no exterior, sem retomar suas atividades parlamentares.

Em resposta à denúncia, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo publicaram uma nota desqualificando as acusações da PGR. Eles reafirmaram sua intenção de continuar a agir em parceria com figuras estrangeiras para pressionar por novas sanções contra autoridades brasileiras. Na declaração, afirmaram que “acordos obscuros” e intimidações não têm efeito sobre eles e insistiram no que consideram ser uma solução viável para os impasses políticos no Brasil: a proposta de uma anistia ampla e irrestrita, visando a normalização da democracia e das instituições do país.

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